Falar de inclusão digital é muito mais complexo do que parece inicialmente. Não se trata apenas da presença do computador e da internet mas de questões políticas, sociais e de educação. Antes de se pensar na exclusão digital é necessário que se pense antes na exclusão social já existente e em como a tecnologia da informática pode ser usada para pelo menos amenizar o problema e não ser mais um fator a ampliá-lo. Acredito que a escola seja o melhor local para que aconteça essa capacitação por que:
- A informática desde cedo estará ligada as práticas educacionais das crianças.
- Poderá haver um maior controle de como usar “bem” essa tecnologia.
- Finalmente a escola dará um “refinamento” as competências necessárias para se usufruir da rede como por exemplo leitura, escrita e compreensão de textos que apenas o “saber ler” não traz. Claro que devemos pensar ainda nas longas distâncias e nos deficientes físicos que também, são fatores de exclusão.
O fato de possuir um computador não será muito útil se o usuário não souber usá-lo, retirando dele um mínimo de benefícios que ele pode oferecer. Portanto o conhecimento de como operá-lo torna-se mais importante na verdade do que ter o equipamento, é fundamental portanto que o poder público disponibilize não apenas as máquinas para que as pessoas possam usá-las, mas também professores e cursos gratuitos. Como já disse acredito que esses cursos deveriam ser “acrescentados” a escola fundamental, seguidos de capacitação dos professores para usarem a informática com seus alunos na rotina de aprendizado da escola, é claro num passo a passo bem lento acompanhando o desenvolvimento dessa crianças por faixa etária e série escolar.
Uma segunda necessidade é a de que haja disponibilização da rede internet para que esses alunos aprendam desde cedo a utilizar todos os benefícios a rede pode trazer como: local de pesquisas, possibilidades de adquirir um melhor emprego no futuro, aumento na rede de relacionamentos etc. Aqui na minha visão entra um importante papel da escola o de direcionar esse ensino através de tarefas e atividades, buscando o “bom uso da rede” que em outros locais ficará mais difícil de ser alcançado, sem um direcionamento o aluno ficará livre para se guiar e seguir apenas sua curiosidade o que pode trazer malefícios ao invés de benefícios.
Já cabe a escola a capacitação do aluno para uma boa leitura, escrita e entendimento de um texto, fator fundamental para que se faça um bom uso das possibilidades de pesquisa encontradas na rede e também para que se publique textos em blogs, sites etc. O aluno deve ser orientado na procura por boas referências, ou seja aprender a entender e “filtrar” o conhecimento disponível na rede. Despertar desde cedo o entendimento de que esse bem seja usado em prol de um compartilhamento do conhecimento, das necessidades da comunidade, da cultura e particularidades do aluno.
Na minha cidade existe uma sala com computadores e professores que dão aulas gratuitas a comunidade, seria perfeito se houvesse o tal direcionamento do aprendizado do qual já falei. O que percebo é que as pessoas fazem vários cursos e a grande maioria continua sem saber como usar aquela tecnologia, os softwares mudam e qualquer coisa é motivo para “travar” o usuário. Deveria haver mais tarefas para cada etapa do aprendizado fazendo as pessoas aplicarem seus novos conhecimentos no seu dia a dia pra que realmente se tornasse parte de sua vida, especialmente quem não tem um computador em casa, se esquece muito rápido de tudo o que foi feito.
Existe também uma grande necessidade de adaptação dessas tecnologias para as pessoas deficientes visuais, auditivas ou de locomoção. Muitas dessas pessoas possuem um potencial muito grande a ser desenvolvido que poderia mudar sua vida pessoal e até mesmo profissional. É preciso que os fabricantes sejam informados e cobrados dessa necessidade pra que estudem e encontrem soluções para a maioria dos casos. Muitos especialistas acreditam que o país que não investir na inclusão digital de sua população, não conseguirá um bom desenvolvimento econômico e social e se tornará cada vez mais dependente dos países mais desenvolvidos. Embora haja pessoas que acreditem que essa massificação da tecnologia é mais uma forma dos países desenvolvidos imporem sua cultura, acredito que na medida em que outras populações do mundo tiverem capacitação para usar a internet isso deve se tornar mais democrático, afinal se existem mais sites em inglês é porque alguns povos de língua inglesa, já usam bem a internet e aqui também somos livres para criarmos sites, blogs etc, basta que estejamos capacitados para usa-la e que tenhamos a mesma vontade de mostrar nossa cultura.
Referências:
Livro Eletrônico da disciplina acessado em: 17/05/2010
http://ead2.uab.ufscar.br/mod/book/view.php?id=76135 acessado em: 17/05/2010
http://www.cinform.ufba.br/vi_anais/docs/RachelMarciaRosemar.pdf- acessado em: 17/05/2010
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http://www.espacoacademico.com.br/024/24amsf.htm - acessado em: 17/05/2010
